Desde a revolução industrial, há mais de 200 anos, adotamos um modelo de produção linear baseado em extrair, fabricar, utilizar e descartar. Pensando em ajustar esse modelo produtivo da sociedade e a forma como nos relacionamos com os recursos naturais cotidianamente para atuar com mais inteligência e racionalidade, surge o Cradle to Cradle – do berço ao berço – um dos principais conceitos da nova economia circular que apresenta meios de fechar o ciclo das cadeias produtivas da mesma forma como se fecham os ciclos da natureza, onde o lixo não existe, tudo é reaproveitado, já que o fim de um ciclo é o início de outro, já que o que seria resíduo serve, na verdade, para ser assimilando pelo meio para realimentar o início de outro ciclo.
O problema é que com a produção baseada no modelo linear, com o foco em “extrair – fabricar – utilizar – descartar” (e às vezes reciclar ou incinerar), jogamos “fora” o que consideramos lixo, mas jogar fora é jogar “dentro”, porque descartamos dentro do planeta em que vivemos. Somos a única espécie que gera lixo, algo inútil e tóxico.
Na imagem abaixo é possível observar como funciona o ciclo biológico e o ciclo técnico, que impactam diretamente na produção.
A indústria também pode fazer o mesmo que a natureza: produzir mais e melhor e crescer com uma pegada de carbono positiva. Cradle to Cradle é uma estrutura de inovação de produtos e processos produtivos inspirada neste modelo de produção.
Imagine uma cadeira desenhada ao ponto de 100% de suas peças seram reaproveitadas e transformardas em outros objetivos e no fim de sua vida voltar a natureza sem agredi-la, sem que haja perda?! Isso é Cradle to Cradle.
Se hoje somamos mais de 6,7 bilhões de pessoas no mundo, quanto recurso é necessário para atender essa demanda? E sabemos que a atividade produtiva é fundamental para o ser humano, mas é possível migrarmos de uma lógica de produção linear, para uma economia circular, na qual o valor dos recursos que extraímos e produzimos seja mantido em circulação através de cadeias produtivas integradas e saudáveis.
Se sustentabilidade se baseia em reduzir os impactos negativos a natureza, não podemos ignorar o fato de que ela flui em ciclos e funciona sem restrições a 3,8 bilhões de anos.
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